Retrospectiva 2020!

Caros amigos,

O ano de 2020 vai chegando ao fim e, claramente, não tem sido fácil para ninguém. Foram momentos de extrema introspeção, às vezes solidão, medo, insegurança, angústias, dores e perdas, adaptação e resiliência.

Por outro lado, não foi só isso tudo que se passou. Tivemos muitos ganhos, aliás, eu poderia não estar escrevendo aqui e nem você lendo daí. Isso chama-se vida, pois não importa a causa, hoje estamos, amanhã podemos não estar mais. E estamos!

Com uma pandemia tão cruel e maluca que vivemos e ainda vamos conviver por um bom tempo, nos foi possível somar aprendizagens e desafios, sair da zona de conforto, olhar para nosso “eu” com mais carinho, dizer mais vezes “eu te amo”, estarmos mais juntos embora distantes fisicamente, nos reinventarmos e acertarmos muito, pois, não tínhamos tempo de pensar nos erros e cobranças. O momento era agora ou nunca.

Difícil descrever tantos sentimentos que eu creio foram quase unânimes entre todos nós, não é mesmo?

Aqui quero ir me despedindo desse ano e compartilhar com vocês minhas singelas reflexões ou acontecimentos sobre o que particularmente vivi e senti. Espero que faça sentido e você possa se ler em pelos menos alguns desses sentimentos tão genuínos.

Acordei e era ano novo, e eu incrivelmente não estava contente, porque criei as malditas expectativas que foram frustradas talvez por mim mesma, tal qual como a vida é em seus 365 dias ao ano, não importa uma data específica. E, eu nem sabia o que estava por vir, poderia ter agradecido mais. (lição número 1).

Acampei pela primeira vez aos 48 anos e descobri quanto tempo perdi. Me descobri feliz com os pés descalços, sem maquiagem, levando apenas uma mochila pequena e trazendo as roupas limpas de volta. Conheci de perto alguns animais que só via a quilômetros de distância, me deslumbrei com a natureza, viajei e viajei em todos os sentidos. A cada viagem é uma nova surpresa e por isso, comprei uma barraca, quem diria! Minha vida mudou aos 48 anos do segundo tempo. Percebi que nunca é tarde para se reencontrar com você mesma (lição número 2).

E veio a Pandemia! Que medo, que medo, que medo! Perdas imensuráveis, sem despedidas, sem um porque, sem explicação.  Talvez não na exata proporção, mas acredito que digo o quanto gosto das pessoas enquanto dá tempo, já que depois poderá ser tarde demais. A meta é dizer mais vezes eu te amo. (lição número 3).

A Pandemia continuava. Longe da família, dos amigos, do trabalho, das desculpas para não olhar para mim mesma. Eu estava lá e tive que encarar minhas fraquezas frente a frente, como nunca. Senti solidão, impotência, medo, saudades, loucuras. Aprendi a me reconhecer melhor e respeitar minhas inseguranças como um ser humano “normal”, sem querer ser a Mulher Maravilha, apenas ser gente. (lição número 4).

Pandemia e pandemia.  Aprendi a pintar meus cabelos, fiz muitas unhas, decorei meu apto. Escrevi um capítulo de um livro e meio capítulo em parceria com uma nova amiga, que ainda não conheço. Fiquei mais em casa. Fiz cursos online e comecei um novo negócio. Isso é reinventar-se nos momentos críticos! (lição número 5).

Nesse tempo todo ele estava lá. Meu amor se mostrou essencial como nunca. Cozinhamos, brindamos, conversamos, nos conhecemos melhor dentro de um apto, verdadeiramente! Creio que foram momentos essenciais para o fortalecimento dessa relação. Eu diria que passamos no teste, pois a vida em comum não é só alegria, mas com amor tudo fica mais leve. Como é bom ter com quem compartilhar! (lição número 6).

Aprendi a dividir melhor meu tempo, estar mais com meus filhos, a entender que não sou a única prioridade, renovei a verdade de que juntos somos muito mais fortes e imbatíveis. Que sem eles por perto não sou eu de verdade, eles me completam e me fazem muito mais forte do que eu pensava ser. (lição número 7)

Nem tudo são flores e me vi ansiosa, sem dormir bem, sem ter o controle de nada, ou daquilo que eu achava que tinha.  Deixei de poder planejar tudo e aprendi que é bom se dar a chance de viver as surpresas. Comecei de novo a terapia e acho maravilhoso poder cuidar da mente, com leveza, sem pressa, sem querer resultados mirabolantes, apenas me conhecer melhor e entender algumas coisas que faço comigo mesma e não são tão legais. (lição número 8).

Ainda em meio a tantos desafios, em novembro, meu namorado e eu demos início a um negócio no segmento de comidas. Aprendendo na prática a teoria que escrevi no meu livro. Tem sido muito interessante conhecer esse meu lado empreendedor, o qual jamais desconfiei ser capaz. Todo dia é uma novidade, uma felicidade, uma amizade nova, uma conquista. O mais prazeroso é ter uma causa, não é só o dinheiro, é ver a satisfação das pessoas quando dão feedback sobre o produto consumido. (lição número 9).

Em meio a tantos desafios e muitas lições de vida, dezembro chegou. Hora de planejar as férias, arrumar as malas, preparar a ceia de natal bem mais enxuta, ajudar no que for possível o próximo (isso o ano todo!). Rever os planos que não foram concluídos e agradecer todos os feitos que foram possíveis. Agradecer as oportunidades, a minha família, meus amigos e a Deus por ter chegado até aqui. "Não é a felicidade que traz a gratidão, a gratidão é que traz a felicidade". (lição número 10).

Enfim, escrevi tanto que pode parecer um livro. Mas, de certa forma é! Porque essas foram algumas das páginas do livro da minha vida, escritas no ano de 2020.

Eu desejo que todos esses exemplos sirvam como constantes em nossas vidas, momentos de reflexões, crescimento pessoal e intelectual, superações e renovações. Que seja um olhar para o futuro, onde possamos continuar fazendo a diferença, trocando amor com o próximo, nos amando e respeitando. E, acima de tudo, nunca desistindo de nada frente as dificuldades.

Meus mais sinceros desejos a vocês para que fiquem bem, que tenham um Natal de luz, mesmo distante dos entes queridos, que os desejos para o próximo ano sejam renovados, que nunca desistam, que persistam e não deixem de agradecer pelo milagre da vida.

Abraços afetuosos e sinceros!

Paola

 


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